Solução Corretiva Baseada no Risco

2.2.2 Módulo Ambiente

 

O módulo Ambiente é destinado à entrada de informações específicas e pontuais. Neste módulo serão criados e configurados os elementos que vão compor o cenário de simulação. O módulo Ambiente possui os seguintes elementos: Propriedades Gerais do Aquífero, Dispersividade, Sorção, Pontos de Análise, Linhas de Análise, Áreas de Análise, Fontes de Contaminação, Rios, Lagos, Fontes ou Sumidouros de Água, Obstáculos Lineares, Obstáculos Poligonais e Marcadores Gráficos (Figura 2.40). Estes elementos serão utilizados para definir as condições de contorno da modelagem matemática.

 

Figura 2.40 Módulo Ambiente.

Barra de Elementos (Módulo Ambiente): os elementos do módulo Ambiente estão agrupados na Barra de Elementos do Módulo Ambiente. Para adicionar um elemento ao cenário, selecione o elemento e insira na posição da área de visualização desejada. Os elementos são apresentados na Figura 2.41.

 

Figura 2.41 Barra de Elementos do Módulo Ambiente.

Ao criar qualquer elemento do módulo Ambiente, os parâmetros Nome (nome do elemento) e Posição (coordenadas do elemento) são comuns a todos eles. Para Pontos de Análise e Fontes ou Sumidouros de Água, a característica Posição refere-se à posição exata do elemento. Para os demais (Área de Análise, Linhas de Análise, Fontes de Contaminação, Rios, Lagos, Obstáculos Lineares, Obstáculos Poligonais, Marcadores Gráficos), refere-se à posição do centroide do elemento.

Propriedades Gerais do Aquífero: esta opção permite configurar os valores genéricos das propriedades para o local do estudo: Hidrogeologia (Tipo de Solo, Porosidade Efetiva, Condutividade Hidráulica), Recarga e Cota Base do Aquífero.

·  Hidrogeologia: o botão Escolher Solo                  mostra a lista de tipos de solos disponíveis contidos na base de dados do SCBR. A escolha de um tipo de solo (areia fina, argila, cascalho etc.) neste item implica em se atribuir valores tabelados, referentes às propriedades Porosidade e Condutividade Hidráulica, para todo domínio de simulação. Valores específicos do local deverão ser utilizados nos casos onde existam valores de campo para essas duas propriedades. Neste caso, a escolha do tipo de solo não será feita por meio do botão, mas inserindo manualmente o valor nesses campos:

ü  Porosidade Efetiva (adimensional): porosidade efetiva representa os espaços intersticiais do solo disponíveis para o escoamento do fluído;

ü  Condutividade Hidráulica (cm/s): derivada da Lei de Darcy, a condutividade hidráulica é o principal parâmetro para definição da velocidade da água subterrânea no meio poroso saturado;

ü  Recarga (mm/ano): representa recarga do aquífero na zona saturada do solo. A recarga é considerada constante em todo o domínio de simulação;

ü  Cota Base do Aquífero (m): representa a cota de fundo do aquífero, geralmente referenciado em relação ao nível do mar (Datum). Os valores de carga hidráulica informados no módulo Ambiente não poderão ser inferiores ao valor inserido para a cota base do aquífero.

Dispersividade: a opção permite configurar a forma como o SCBR aborda o fenômeno da dispersão (Figura 2.42). O valor de dispersividade pode ser informado diretamente pelo usuário ou calculado por meio do Comprimento Característico. (Para mais detalhes, consultar o Manual de Referências Técnicas).

Figura 2.42 Opção Dispersividade.

ü  Comprimento Característico (m): utilizado para o cálculo da dispersividade longitudinal (αL);

ü  Dispersividade Longitudinal (m): selecionando-se esta opção, ao invés de informar o Comprimento Característico, deve-se informar diretamente o valor do parâmetro Dispersividade na direção longitudinalL);

ü Dispersividade Transversal (m): selecionando-se esta opção deve-se informar diretamente o valor do parâmetro dispersividade na direção transversal T). Caso a caixa de seleção da Dispersividade Transversal não seja selecionada, o SCBR considera que o valor deste parâmetro é igual a 10% do valor da Dispersividade Longitudinal.


Figura 2.43 Opção Sorção.

Sorção: contém as informações necessárias para a simulação do fenômeno de Sorção (Figura 2.43). (Para mais detalhes, consultar o Manual de Referências Técnicas).

ü   Densidade do Solo (kg/m3): a densidade da matriz do aquífero está relacionada à porosidade total e à densidade dos grãos que compreendem o aquífero;

ü    Carbono Orgânico (%): representa a porcentagem de carbono orgânico naturalmente presente no solo (zona saturada).

   Há, portanto, duas formas de informar os valores de Porosidade Efetiva, Condutividade Hidráulica, Densidade do Solo e Carbono Orgânico: por meio de valores genéricos para toda a área do estudo ou por meio de valores específicos para diferentes pontos de análise. O SCBR preferencialmente utiliza os valores específicos informados na opção Pontos de Análise do módulo Ambiente. Caso não existam informações específicas para nenhum ponto de análise de determinado parâmetro, o SCBR utilizará então os valores genéricos informados na opção Propriedades do Aquífero do módulo Ambiente.

Pontos de Análise: um ponto de análise (Figura 2.44 e Figura 2.45) representa informações de uma análise pontual. Para os valores de carga hidráulica dos pontos de análise (Figura 2.46), o SCBR utiliza a interpolação de dados para definir a condição de contorno do domínio de simulação, ou seja, os pontos de análise receberão o valor calculado pelo modelo.

 

 

Figura 2.44 Opção Pontos de Análise.

 

Figura 2.45. Exemplificação dos pontos de análise no domínio de simulação.


 

Figura 2.46. Ilustração dos pontos de análise e suas cargas hidráulicas.

 

 

O painel de edição de Pontos de Análise é composto por quatro submenus, como mostrado na figura ao lado: Propriedades do Aquífero, Biodegradação, Sorção e Concentrações Observadas.


Figura 2.47 Painel de edição de Pontos de Análise.

 

A adição dos pontos de análise pode ser feita de duas maneiras:


Figura 2.48 Inserção manual de Pontos de Análise.

ü    Barra de elementos: clicar com o mouse no ícone ( ) correspondente aos Pontos de Análise e em seguida clicar no domínio de simulação no local referente ao ponto. Após adição do ponto é possível caracterizá-lo através dos seus subitens (nome, posição, propriedades do aquífero, biodegradação, sorção e concentrações observadas);.

ü    Editar Pontos de Análise: outra maneira é clicando sobre a opção Pontos de Análise, em que aparecerá no painel de edição o botão “Editar Pontos de Análise”. Clicando sobre ele abrirá uma planilha na qual é possível colocar as características do ponto.


 

 

 

Figura 2.49 Inserção dos Pontos de Análise por meio de tabelas.

Figura 2.50 Submenu Propriedade do Aquífero.

Propriedade do Aquífero: este submenu (Figura 2.50) permite atribuir valores específicos de carga hidráulica, porosidade efetiva e condutividade hidráulica. Neste último (condutividade hidráulica), o valor atribuído valerá para o determinado ponto ou, no caso que se tenha somente esse valor dentre os outros pontos de análise, valerá para todo o domínio.

 

ü    Carga Hidráulica: é uma informação de campo que representa a carga total da água (carga de pressão + carga de posição). O SCBR necessita de, no mínimo, 3 (três) pontos de análise com valores diferentes de carga hidráulica para simular o mapa potenciométrico;

ü    Hidrogeologia: o botão “Escolher Solo” mostra a lista dos tipos de solos disponível no banco de dados. Ressalta-se que estes valores são apenas uma referência e, portanto, recomenda-se a utilização preferencial dos dados medidos do local estudado;

ü    Porosidade Efetiva: porosidade efetiva medida no ponto;

ü    Condutividade Hidráulica: condutividade hidráulica medida no ponto.

*      Quando existirem valores pontuais provenientes de análises da Porosidade Efetiva e/ou da Condutividade Hidráulica, deve-se selecionar a caixa de seleção do respectivo parâmetro e informar o valor. Neste caso, o SCBR utilizará os valores medidos e que serão interpolados pelo método do “vizinho mais próximo” às regiões onde não se tem valor medido. Caso não existam valores para estes parâmetros em nenhum ponto de análise, o SCBR utilizará o valor fornecido em Propriedades Gerais do Aquífero como sendo uma média para a área toda.


Figura 2.51 Submenu Biodegradação.

Biodegradação: este submenu permite atribuir valores específicos de Coeficiente de Decaimento (1/ano) ou Meia-Vida (ano) dos contaminantes para o ponto de análise (Figura 2.51). Para atribuir um valor de biodegradação a um determinado composto, é necessário clicar sobre um ponto de análise. O modelo SCBR exibe a janela ao lado, onde deve ser selecionado a substância desejada, clicando-se na respectiva caixa de seleção e escolhendo-se entre Coeficiente de Decaimento ou Meia-Vida e digite o valor.


Figura 2.52 Submenu Sorção.

Sorção: este submenu (Figura 2.52) permite atribuir valores específicos de Densidade do Solo (kg/m³) e Carbono Orgânico (%) para o ponto de análise, e que será interpolado pelo método “vizinho mais próximo” ao restante da área, e pontos que não possuem valor atribuído. Para atribuir os valores dos parâmetros responsáveis pela sorção ao elemento, selecione a caixa de seleção e digite os valores.

         OBS: Para as áreas do domínio de simulação e pontos de análise que não se tem os parâmetros hidrogeológicos condutividade hidráulica, porosidade efetiva, densidade do solo e carbono orgânico, o SCBR utiliza do método de interpolação “Vizinho mais Próximo” para atribuir valores para esses parâmetros. Assim, são gerados mapas 2D da condutividade hidráulica e porosidade efetiva para todo o domínio de simulação, e a partir de valores de densidade do solo e carbono orgânico, o cálculo do retardo para o transporte de contaminantes.

Concentrações Observadas: este submenu permite informar pontualmente valores de concentrações medidas exclusivamente na água subterrânea (Figura 2.53). Estes valores inseridos pelo usuário serão exibidos no gráfico gerado do contaminante no ponto de análise, no módulo Resultados, e servirão como um indicativo do estado da calibração da simulação do transporte do contaminante no meio saturado. Para adicionar concentrações observadas, clique no botão Mudar e uma caixa de diálogo será aberta. Clique, então, no botão Adicionar ou no botão Remove para adicionar ou remover concentrações observadas.

Figura 2.53 Submenu Concentrações Observadas.

    Para inserir valores de concentrações medidas em um ponto de análise é necessário antes o usuário caracterizar a Fonte de Contaminação e escolher o composto/produto químico de interesse. Dessa forma, o composto/produto estará disponível em Concentrações Observadas.

     O SCBR permite que o usuário crie gráficos de concentração versus tempo em um determinado ponto de análise. Para isso, o usuário deve clicar no módulo Resultados (1), Elementos do Ambiente à  Pontos de Análise (2). No Painel de Edição, o usuário deve clicar em Concentração (3) (neste caso, concentração do contaminante benzeno), em seguida clicar no botão “Criar gráfico no documento atual” (4) e por fim, “Nova Janela” (5) (Figura 2.54 e Figura 2.55).


 

 

Figura 2.54 Concepção do Gráfico de concentração versus tempo.

 

Figura 2.55 Gráfico de concentração versus tempo.

Figura 2.56 Opção Áreas de Análise.

Áreas de Análise: similares aos pontos de análise, também informam os dados de campo de uma região específica (região com características hidrogeológicas diferente de todo o domínio de simulação). A diferença é que enquanto o primeiro representa informações de uma análise pontual (piezômetros, poços de monitoramento), este atribui a toda área referida um mesmo valor. Possui os mesmos subitens de Pontos de Análise, acrescido do subitem Vértice:

 

*    Para adicionar uma Área de Análise o procedimento é o mesmo que se segue em Pontos de Análise. Pode ser criado através da figura correspondente na Barra de Elementos e clicando no domínio de simulação com o botão esquerdo do mouse, terminando de delimitar a área com o botão direito; ou através da opção “Editar Áreas de Análise presente no Painel de Edição.


Figura 2.57 Submenu Área de Análises.

Vértices: durante a delimitação da Área de Análise, cada clique do botão esquerdo do mouse cria um vértice da área de análise. Ao clicar com o botão direito do mouse, encerra-se a criação do elemento. Para maior precisão, podem-se alterar as coordenadas por meio deste submenu (Figura 2.57).

 

 

 

Linhas de Análise: tem o objetivo de estabelecer condições de contorno fixas ou variável ao longo de sua extensão. Para tal o usuário tem que atribuir ao longo dos trechos estabelecidos entre os vértices, um valor de carga hidráulica.

 

 

*    Para adicionar Linhas de Análise o procedimento é o mesmo que se segue em Pontos de Análise. Pode ser criado através da figura correspondente na Barra de Elementos  e clicando no domínio de simulação com o botão esquerdo do mouse, finalizando a criação da linha de análise com o botão direito. Ou a partir do botão Editar Linhas de Análise e inserir o elemento a partir de suas coordenadas (Figura 2.58).

 

 

 

 

 

 

 

Figura 2.58. Exemplificação de uma linha de análise na definção de contorno para o fluxo subterrâneo.

 

*    Ao finalizar a criação de uma linha de análise, uma nova janela (Figura 2.59) se abre para o preenchimento dos valores de carga hidráulica.

 

 

 

Figura 2.59 Valor da Carga Hidráulica.


 

*    A partir da Linha de Análise é possível o usuário definir condições de contorno (rios, lagos, relevos, aterros etc.) com valores de carga hidráulica variáveis ao longo do trecho traçado. Assim, a Linha de Análise será composta por vários vértices, em que cada trecho possuirá valor distinto de carga hidráulica (Figura 2.60). Da mesma forma, o usuário também poderá atribuir valor constante de carga hidráulica em toda Linha de Análise.

Linha de Análise com carga hidráulica variável

Linha de Análise com carga hidráulica constante

 

 

 

 

Figura 2.60. Exemplificação de uma Linha de Análise composta por vários trechos.

 

Figura 2.61 Opção Áreas de Análise.

Áreas de Análise: similares aos pontos de análise, também informam os dados de campo de uma região específica (região com características hidrogeológicas diferente de todo o domínio de simulação). A diferença é que enquanto o primeiro representa informações de uma análise pontual (piezômetros, poços de monitoramento), este atribui a toda área delimitada um mesmo valor (Figura 2.61). Possui as mesmas informações de Pontos de Análise, acrescido do subitem Vértice.

 

*              A criação de Áreas de Análise pode ser realizada através do ícone ( ) na Barra de Elementos e clicando no domínio de simulação com o botão esquerdo do mouse, finalizando a criação com o botão direito. Ou a partir do botão Editar Áreas de Análise e inserir o elemento a partir de suas coordenadas (Figura 2.62).

 

 

 

 

 

Figura 2.62. Exemplificação de uma Área de Análise.

 

Figura 2.63 Opção Fonte de Contaminação.

Fonte de Contaminação: identifica o local onde ocorreu um derramamento (por exemplo) e/ou se encontra o produto que se queira simular (a depender do modelo conceitual elaborado pelo usuário). O SCBR trabalha com duas abordagens para fontes de contaminação: fonte na zona saturada e fonte na zona não saturada.
Fonte na Zona Saturada: a primeira abordagem considera a fonte na zona saturada do solo, ou seja, considera-se que a fonte de contaminantes em contato direto com o aquífero (Figura 2.64). Esta abordagem é mais conservadora, pois desconsidera a biodegradação e o tempo de lixiviação da fonte na zona não saturada.

 

 

Figura 2.64. Modelo conceitual da fonte de contaminação na zona saturada.

ü  Nome e Posição (X, Y): no campo Nome deve ser inserido o nome da fonte de contaminação que o usuário deseja chamar. As informações de (x) e (y) do campo Posição são referentes à coordenada central da fonte de contaminação desenhada.

 

ü  Produto: no caso da fonte na zona saturada deverá ser informada uma estimativa do volume do produto derramado e da espessura da zona de mistura. O Produto Derramado é um produto ou composto químico da base de dados e é informado por meio do botão .

Figura 2.65 Informações da Fonte de Contaminação na Zona Saturada.

ü  Sat/Lei de Raoult: por padrão, na abordagem da fonte na zona saturada, o SCBR utilizará a Lei de Raoult para determinar a concentração aquosa na região do aquífero em contato com a fonte (para maiores detalhes, consultar o Manual de Referências Técnicas).

A Zona de Mistura representa a espessura vertical da zona de mistura da pluma dissolvida (Figura 2.64). Considerando-se que o SCBR é um modelo de simulação bidimensional, assume-se que a espessura da zona de mistura é constante ao longo da pluma. Portanto, esta variável representa a espessura vertical da pluma simulada.

Além da abordagem da Lei de Raoult para determinação da concentração aquosa na fonte, pode-se utilizar o modelo de concentração medida, como apresentado a seguir.

ü 

Figura 2.66 Inserção das informações das concentrações das substâncias na Zona Saturada.

Modelo de Concentração Medida:  quando a opção Conc. Medida estiver habilitada, ao invés de utilizar a Lei de Raoult, o SCBR atribuirá o valor informado nesta janela para a concentração aquosa na região do aquífero em contato com a fonte (Figura 2.66). Esta opção é indicada para simulações onde existam informações da concentração na interface fonte/aquífero.

 

Figura 2.67 Aba Vértices da fonte de contaminação.

Na aba Vértices é possível acessar/editar todas as coordendas dos vértices que compõe a fonte de contaminação delimitada pelo usuário (Figura 2.67). Esta aba está disponível em vários elementos e ferramentas do SCBR.

 

Ainda na zona saturada, o SCBR elabora gráficos de Concentração versus Tempo, semelhante à geração dessa curva em Pontos de Análise. Após simular a pluma de contaminantes, o usuário deve clicar no módulo Resultados, Elementos do Ambiente, Fontes de Contaminação. No Painel de Edição, o usuário deve clicar em Concentração, escolher a substância que deseja criar o gráfico, em seguida clicar no botão “Criar gráfico no documento atual” e por fim, “Nova Janela”.

Figura 2.68 Concepção do Gráfico de Concentração versus Tempo da Pluma de contaminantes.

No Painel de Edição ainda é possível visualizar o volume total da substância derramada (Figura 2.68 e Figura 2.69), bem como a sua variação ao longo do tempo, no caso do Benzeno.

 

Volume Benzeno (FZS) x tempo

 

 

 

 

 

 

 

Figura 2.69 Gráfico de Concentração versus Tempo da Pluma de contaminantes.

Fonte na Zona Não Saturada: a segunda abordagem considera a fonte na zona não saturada do solo. Neste caso, o SCBR simulará os fenômenos de volatilização de vapores (acima da fonte) e de lixiviação do percolado da fonte para o aquífero. Então, a partir da concentração que chega ao aquífero, o SCBR simulará a migração da pluma de contaminantes (Figura 2.70). A volatilização e a lixiviação são os fenômenos responsáveis pelo intemperismo da fonte. Como resultados, o SCBR mostrará gráficos da concentração do contaminante no ar (devido à volatilização) ao longo do tempo, e da concentração do contaminante versus profundidade ao longo do tempo, além de informar qual concentração e tempo que o contaminante atinge o lençol freático. O modelo da zona não saturada é analítico e unidimensional e simula o transporte de contaminantes na fase dissolvida em direção ao lençol freático e os contaminantes da fase de vapor em direção ao topo do solo. O modelo não simula o movimento de líquidos de fase não aquosa (NAPLs – Non-Aqueous Phase Liquid). A zona vadosa é considerada homogênea e uniforme abaixo da fonte (uma lente pode ser modelada acima da fonte). A condutividade hidráulica é calculada como função do teor de umidade, assumido como constante para toda a profundidade da coluna do solo. As flutuações do lençol não são consideradas e a profundidade do aquífero é considerada fixa.


 

 

Figura 2.70. Fonte de contaminação na zona não saturada.

*              Para as simulações da fonte na zona não saturada será sempre necessário utilizar o modelo de concentração medida.

*              Para vazamentos onde a distância de percolação entre a fonte e o aquífero for inferior a 5 metros, recomenda-se a utilização da abordagem da zona saturada.

Aba Geral: quando a opção selecionada for Zona Não Saturada, será necessário informar todos os parâmetros para simular o fenômeno de volatilização e lixiviação. Os parâmetros da opção Geral são:

ü  Profundidade do Nível d’água: altura total (em metros) da zona não saturada (Figura 2.70), isto é, a distância entre a superfície do solo e a zona saturada (aquífero);

ü 

Figura 2.71 Inserção de informações da Fonte de Contaminação na Zona Não Saturada.

Número de Pontos na Curva: número de pontos que serão utilizados para traçar o gráfico de concentração do contaminante x profundidade ao longo do tempo;

 

ü  Profundidade da Fonte: distância (em metros) entre a parte superior da fonte e a superfície do terreno. Este valor não pode ser superior à diferença entre a profundidade do nível d’água e a espessura da fonte (Figura 2.70);

ü  Espessura da Fonte: espessura da fonte em metros. Este valor não pode ser inferior a zero ou superior à diferença entre a profundidade do nível d’água e a zona de mistura (Figura 2.70);

ü  Peso Molar (TPH): peso molecular (g/mol) do produto. O Peso Molecular de cada composto pode ser consultado na Base de Dados;

ü  Zona de Mistura: representa a espessura vertical da pluma de contaminação na zona saturada. Esse dado é necessário para posterior simulação da pluma dissolvida na zona saturada.

Figura 2.72 Aba Concentração da Contaminação na Zona Não Saturada.

Aba Concentração (Concs): em caso de simulação de determinado produto (álcool, diesel, gasolina brasileira, gasolina pura etc.) deve-se informar inicialmente a concentração do produto (mg/kg) no solo. Em seguida, informa-se a concentração medida dos respectivos componentes. Caso o produto derramado seja uma substância química (benzeno, tolueno, xilenos etc.) informa-se apenas a sua concentração medida.

 

Aba Solo: após informar os parâmetros gerais é necessário adicionar os parâmetros referentes à hidrogeologia (Figura 2.73). Estas informações podem ser inseridas a partir do Banco de Dados do SCBR, clicando sobre o botão ( ), ou através de valores medidos da área.

ü 

Figura 2.73 Aba Solo na Zona Não Saturada.

Taxa de infiltração (mm/ano): refere-se somente à infiltração na zona não saturada, a qual é utilizada para cálculo da velocidade intersticial do contaminante no solo. Este valor pode ser estimado em função da pluviosidade e tipo de solo. Cabe destacar que a Taxa de Infiltração se difere da Recarga, inserida em Propriedades Gerais, em que é válida apenas para a zona saturada;

 

ü  Porosidade Total (adimensional): refere-se à porosidade total do solo na zona não saturada. Este valor deverá ser maior que zero e menor que 1;

ü  Condutividade Hidráulica (cm/s): condutividade hidráulica do solo na zona não saturada (cm/s);

ü  Fração de Carbono Orgânico (%): fração de carbono orgânico do solo na zona não saturada;

ü  Densidade do Solo (kg/m³): densidade do solo na zona não saturada;

ü  Van Genuchten (adimensional): parâmetro de Van Genuchten “n”. Seu valor varia entre 1 e 3 (valores de referência podem ser encontrados no Banco de Dados Hidrogeológicos do SCBR);

ü  Água de Constituição (adimensional): quantidade da porosidade total atribuída à água de constituição do solo. Este valor pode variar entre zero e o valor da porosidade total.

 

Aba Biodegradação: na opção Biodegradação podem ser configurados os valores da biodegradação, informando-se os valores da meia-vida (ano) ou do coeficiente de decaimento (1/ano) para cada contaminante. (Figura 2.74)

Figura 2.74 Aba Biodegradação na Zona Não Saturada.

 

Figura 2.75 Aba Ar na Zona Não Saturada.

Aba Ar: na opção Ar configuram-se os parâmetros referentes ao fenômeno de volatilização (Figura 2.75). Quando a opção “Usar lentes na simulação do ar?” estiver selecionada, o SCBR considerará que existe (acima da fonte de contaminação) um extrato (lente) de solo diferente do solo da zona não saturada (Figura 2.70). Será então necessário informar as características hidrogeológicas (porosidade total, condutividade hidráulica, parâmetro de Van Genuchten e água de constituição), a espessura da lente no solo, a velocidade dor ar e a altura da caixa, sendo estes três últimos referentes ao modelo Box Model. Para o cálculo da concentração de contaminante no ar, supõe-se que o receptor (com altura igual à altura da caixa) está dentro de uma caixa acima da fonte de contaminação e que a concentração do contaminante é diluído.

 

*     Para criar uma Fonte de Contaminação (Zona Saturada ou Não Saturada) pode-se utilizar o elemento correspondente presente na barra de elementos (  ) e delimitar a fonte no domínio de simulação através do mouse, ou ainda utilizar a opção “Editar Fontes de Contaminação” e editar o nome e os vértices.

Figura 2.76 Inserção de Rios.

Rios: o elemento Rio representa o leito de um rio. Este elemento é importante tanto para a simulação do mapa potenciométrico, servindo como uma condição de contorno, quanto para o transporte de contaminantes, servindo como um sumidouro para os contaminantes presentes na água subterrânea (Figura 2.76).

 

Figura 2.77 Inserção das informações dos Rios.

Vazão (m³/s): este parâmetro será utilizado para calcular a concentração no rio, considerando a massa de contaminante que chega no corpo hídrico (Figura 2.77).

ü  Vértice: coordenadas de cada vértice do elemento rio;

 

ü  Largura: largura do leito do rio, no vértice escolhido;

ü 

Figura 2.78 Aba Concentração nos Rios.

Carga Hidráulica: cota do nível d’água no vértice. Este valor servirá como condição de contorno para a simulação do mapa potenciométrico. Ao criar-se um rio, é necessário informar a carga hidráulica em todos os vértices, pois, caso contrário, o resultado do mapa potenciométrico pode apresentar distorções.

 

Na aba Concentração é possível definir uma concentração de contaminante no rio para o tempo inicial de simulação (tempo igual a zero), como mostrado na Figura 2.78 (para maiores detalhes, consultar o Manual de Referências Técnicas).

*    Na atual versão do SCBR (versão 3.25), a criação do rio no domínio de simulação pode ser realizada utilizando o seu elemento ( ) na Barra de Elementos ou através da opção “Editar Rios”. Para desenhar o rio (opção Barra de Elementos) é necessário somente um traço que represente o começo e o fim do rio, iniciando com o botão esquerdo do mouse e terminando com o botão direito (Figura 2.79).

 

Figura 2.79. Exemplificação do elemento rio no dominínio de simulação.

Lagos: o elemento Lago representa o corpo d’água lacustre, que poderia ser um lago, uma lagoa, uma região pantanosa, uma laguna, o mar etc. Similarmente ao Rio, este elemento é importante tanto para a definição do mapa potenciométrico, servindo como uma condição de contorno, quanto para o transporte de contaminantes, servindo como um sumidouro para os contaminantes presentes na água subterrânea. Ao criar um elemento do tipo Lago, através do seu ícone representativo , cada clique do botão esquerdo do mouse cria um vértice do lago. Ao clicar com o botão direito do mouse, encerra-se a criação do elemento. Assim como o rio, o lago pode ser criado pela opção “Editar Lagos” (Figura 2.80).

ü 

Figura 2.80 Inserção das informações dos Lagos.

Volume Total (m³): este parâmetro será utilizado para calcular a concentração no lago, considerando a massa de contaminante que chega no corpo hídrico;

 

ü   Nível d’água (m): cota do nível d’água do lago. Este valor serve como condição de contorno para a simulação do mapa potenciométrico;

ü  Vazão de Saída (m³/dia): vazão média de saída d’água do lago. Este parâmetro é utilizado para o balanço de fluxo do corpo hídrico.

Na aba Vértices ficam registradas as coordenadas de cada vértice do elemento. Assim como no Rio, a aba Concentração pode-se inserir uma concentração de contaminante no lago para o tempo inicial de simulação (tempo igual a zero), como mostrado na figura abaixo (para maiores detalhes, consultar o Manual de Referências Técnicas) (Figura 2.81).

Figura 2.81 Abas vértices e concentração das substâncias no Lago.

Figura 2.82 Opção Fontes ou Sumidouros de Água.

Fontes ou Sumidouros de Água ( ): este elemento representa a presença de uma fonte (poço de captação) ou sumidouro no cenário de estudo (Figura 2.82).

 

 

 

 

 

 

ü 

Figura 2.83 Consideração de Fontes ou Sumidouros de Água.

Caixa de Seleção “Ativo”: quando esta caixa estiver checada (Figura 2.83), este elemento será considerado na simulação do mapa potenciométrico. Quando não selecionada, estará inativo e não será considerado na simulação do fluxo subterrâneo.

 

ü  Vazão (L/s): vazão média do elemento.

*    IMPORTANTE: vazão com valor negativo significa retirada de água (fonte), e com valor positivo significa entrada de água (sumidouro).

 

*   

Figura 2.84 Inserção de Fontes ou Sumidouros.

Para inserir uma fonte/sumidouro de água, pode-se utilizar do seu elemento correspondente ( ) na Barra de Elementos ou através da opção “Editar Fontes ou Sumidouros de Água”.

 

Obstáculo Linear e Obstáculo Poligonal: representam regiões onde o fluxo é nulo. São locais onde existem rochas, tubulações subterrâneas, por exemplo (Figura 2.85). A alteração do fluxo no aquífero, por meio de obstáculos, pode impedir que áreas de risco sejam atingidas.

 

ü 

Figura 2.85 Opção Obstáculo Linear e Obstáculo Poligonal.

Vértices: coordenadas dos vértices.

 

 

*             

Figura 2.86 Inserção de informações de Obstáculo Linear e/ou Obstáculo Poligonal.

A criação de um obstáculo linear ou poligonal pode ser feita através do seu elemento correspondente na Barra de Elementos: barreira linear ( )e barreira poligonal ( ) ou através da opção “Editar Obstáculo Linear” ou “Editar Obstáculo Poligonal”. A janela da Figura 2.86 fica disponível quando usamos o elemento do obstáculo linear ou poligonal na Barra de Elementos.

 

Marcadores Gráficos: são ferramentas que têm a finalidade de indicar uma região de interesse no mapa. Podem ser utilizados, por exemplo, para indicar onde existe uma escola ou um hospital. O painel de edição dos marcadores gráficos é similar ao das barreiras, mostrado anteriormente (Figura 2.87).

 

 

ü  

Figura 2.87 Opção Marcadores Gráficos

Vértices: coordenadas dos vértices do marcador gráficos (Figura 2.88).

 

Para inserir um marcador gráfico, pode-se utilizar do seu correspondente  na Barra de Elementos ou através da opção “Editar Marcadores Gráficos”.

 

 

 

 

Figura 2.88 Vértices dos Marcadores Gráficos.